sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Diplomatas tribais





Vamos dançar em torno do fogo,
juntar as nossas referências culturais
e jogar tudo nas chamas.
Vamos ver a cor da fumaça resultante,
as muitas cores, as vozes espectrais,
o que sublimou-se do diamante
falante.

O que foi que eles nos deixaram como tarefa,
além de ourivesar esta relíquia
que nos sobrou como herança?

Exílios profetizados,
embrenhamentos –
as pegadas duplicadas, os galhos,
gravetos estratégicos no caminho inóspito,
tudo em vão quando perdemos o ponto de partida
e a antevisão da chegada.

É um esporte contemporâneo,
uma religião viciante,
um vapor inebriante que emana
das válvulas da mente volúvel e sem pátria.
É um desafio constante,
um sonho demente
de se comprar e ostentar ao povo.

Afoguemo-nos então.
Salvemo-nos sobre leviatânicas ilhas-esmeralda.
Formemos arquipélagos com a dança rotunda
de nossos genitais.

E, sobretudo,
realinharemos os chakras das Américas.








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