quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fotos chamuscadas





Tua juventude tão transviada
quanto o peso destas palavras de dor...
Aquecido o leito de nossa concórdia
com a sucessão de manifestações instintivas...
As tuas vidas e os meus papéis
esdrúxulos na tentativa de fazer plateias chorar
para esquecer o pacto político mais sádico
que ainda transforma em túmulos
os nossos berços macios...
Tua história em velhos instantâneos.

Tuas rosas para sempre em botão
na mais inocente das imagens guardadas.
O aceno da mão da despedida furtiva
que ainda fazia sorrir
e cantar e dormir.
O conforto voltaria, com toda a certeza,
sempre na mesma hora de confiança.
Para sempre no mundo diurno
dos ponteiros paralisados,
neste doce lar emoldurado.

Tua rebeldia lacrimeja agora
em meio a cartas e apontamentos.
Distância vazia do pensamento.


(Este agridoce sentimento.)








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