domingo, 11 de maio de 2014

O último trem para Auschwitz






Como pode alguém dizer “te amo”
sem saber ao certo o que é o amor?
Como pode alguém combater algo
sem jamais chegar a sentir rancor?

Eles torturam você enquanto sorriem,
como um pai com seus métodos de educação,
mas repare que esta expressão logo definha
quando você demonstra ser
dos que não têm correção.

O último trem partiu,
destino Auschwitz.
Barreira em Leipzig
ao som de Ludwig.

Tirei do exílio o último alento,
ergui os olhos aos céus cinzentos
e a lua cheia iluminou o turvo mar,
a mais estranha beleza a me perscrutar.

Ainda em meus sonhos negros ouço o gosto
da tristeza embrulhada em papel de presente
em cor e flor e a carta onde se lia
que a razão do nosso rompimento
era um ideal superior.

O último trem partiu,
destino Auschwitz.
Barreira em Leipzig
ao som de Ludwig.

Obrigado por não me matar.
Obrigado por não me matar.
Eu te amo por não me matar.
Eu te devo a vida por não me matar
ao som de Ludwig.

O último trem partiu...
destino Auschwitz...

Então volte para a Floresta Negra
ao som de Wolfgang,
ao som de Richard,
ao som de Johann,
ao som de Ludwig.








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