quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Heróis do cinema marginal





Heróis do cinema marginal,
ensalivados na boca da noite,
estuprados pelos anjos sodomitas,
massacrados pelos velhos biblistas
da depravação clerical.

Luminares do questionamento,
sem respostas no tormento,
torturados pelo vento,
desafiados pelos tempos
de guerra e paz
terrífica e fugaz.

Cretinismo das massas
a sufocar recém-nascidos,
cinismo da nova elite
em estratégicos bramidos.

Passeios públicos descorados:
alguém morrerá até as 3 horas.
Os anos gastos na crença corrosiva
clamam pela vida viva.
Viva e Sorte
– faca e corte?
Mútuo desejo de aniquilação
insatisfeito.

O tombo perfeito.
A risada estrepitosa.
Que nada! – é gargalhada, é claque,
é a ZOMBARIA UNIVERSAL
sobre o minúsculo.

Haja alento.
A opção (única) do pranto prazeroso:
o velho filme outra vez.
Urbanas perambulações conceituais.
Passamos, é isto.

A infância de um monstro sagrado,
o retrato de uma sina.
Minha lágrima é o desafio
a toda pétrea estrutura.

Choremos
vivos na fervura.








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