sábado, 26 de agosto de 2017

Tormento juvenil





Silenciosos espasmos centuplicados...
Formas austeras de autodomínio...
Velho é o sono que desaba
sobre a jovem mente, empalidecida
pela sucessão de negações,
ainda oprimindo e arrefecendo
os mais primordiais
anseios noturnos.

Não há prazer mais utópico
que o esquecimento.
Esquecimento do que ainda dói,
ferida aberta ao ar
tão invisível aos que não possuem os olhos
da empatia elementar.
É real e constante,
sólido e polido
o desejo reprimido.
A vontade que nunca dorme,
mas eternamente sonha.

Sabemos discernir,
mas não sabemos que sabemos.
Quem agora estaria livre
da falibilidade do juízo?
Quantas vezes jogamos as pedras invisíveis,
não menos terríveis?

Decrépitas,
velhuscas são as opções que restaram
ao fim da tormentosa destruição
das esperanças,
as opções que desabam,
outra vez desabam
e continuam a desabar
sobre as almas acorrentadas,
dolorosamente podadas,
tão cedo,
tão cedo atormentadas.








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