quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Groenlândias





Groenlândias,
destino das tristes colônias.
A proa quebra a senda,
sonda a fenda.

São cortantes
os ventos em nosso mirante,
e se é noite ou dia,
só o corpo é guia.

Geleira ao mar.
Vento polar.
Dorsal ao sul.
Baleia azul.

Groenlândias.
A ironia das Islândias.
Suas encostas verdes,
rochas quentes.

(Na distância,
o sol vai circular
epicentros de sonhos.)

Groenlândias.
Raios de ensolarada infância
não projetavam sombras
assim longas.

Carregadas,
as nuvens sobre as temporadas
desfazem-se em cristais,
plurais, fractais.

Geleira ao mar.
Vento polar.
Dorsal ao sul.
Baleia azul.

Groenlândias,
paragens de primeira instância,
pois nos é inevitável
o ponto inalcançável.

(Na distância,
o sol vai circular
suas Flóridas guardadas.)

Groenlândias,
destino das tristes colônias.
A proa quebra a senda,
sonda a fenda,
lenta marcha.








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