domingo, 8 de abril de 2018

A música do caos





As formas das nuvens são sempre abstratas
e você insiste em ver bichinhos.
Os pássaros em seus guinchos de acasalamento
são cantores para você.
As avalanches, as lavas
e os planetas bombardeados por meteoros
são profecias vindas do além
para seu desespero
fingido de fé.

Dormindo de pé em sua tentativa de vigília,
você é engraçado como um duende de jardim
sem jardim e sem graça.

(Como haveria espaço
para alguém que não reserva em si
um mínimo espaço que seja
para o lindo acaso,
a bela imprevisibilidade,
a magnífica eventualidade
e a música do caos?)








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