quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A chave





Carregados de Sentido e Coração,
vi formarem-se corpos e seus membros,
países e suas bombas,
déspotas em suas sombras
esclarecidas de autojustificação.

Resposta limiar,
imediato levante de soldados analíticos
motivados pelo mais esterilizante
dos fogos-fátuos.

A insular guerra das palavras.

Mas abstrata jamais fora a dor
dos que conheceram o chumbo da mão
do todo-poderoso fantasma
que seus berços embalou.
O ferro da cortina
presenteado por aqueles
que afugentaram o fantasma.
O peso do vazio-inanição
após a tão esperada perda do medo
e a perda da necessidade
de fantasmas e duros metais.

E o presente,
o atual presenteado.
Nada fala,
é todo ouvidos.

E ouve-nos a respondê-lo:
“Haveremos de ter a chave
do sangrento mecanismo,
custe o que custar e doa a quem doer,
mesmo que tenhamos, nós,
de forjá-la!”

(E ri-se o Tempo:
“Esses fetichistas de metais baratos...
tão idênticos
em suas vulgares antinomias...
Gerações e gerações
de superfluidades bípedes
que engolirei
com todo prazer!”)








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