sexta-feira, 23 de março de 2018

Tua beleza matou minha arte...






Tua beleza matou minha arte,
calou minha poesia,
pois antes de mim criara a Natureza
a insuperável sinfonia.
Que doce morte,
a de viver para poder contemplar
a obra-prima dos tempos
viva justamente em meu tempo!
Neste eterno presente da lembrança,
nossa junção isolada
como epítome da sincronia inerente
à dança do Universo.
A desvelada perfeição
esculpida, pintada, representada,
cantada, declamada,
erigida imponente em ímpeto e serenidade
na base sustentadora
do meu mais alto céu.

Aos teus pés o sacrifício florido
das primícias sazonais
do teu fiel contemplador
e infiel retratista.








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