segunda-feira, 2 de abril de 2018

Infra





Rancor infinito dedilhado nos corrimões estrangeiros. Nada de sorte ou azar identificáveis como expressões de humanidade. Afinal, como esperar um cenário tranquilo quando as almas são corroídas por dentro? Então eles escapam para as ruas.

Nada podendo, contudo, aprisionam-se em estereótipos televisivos e fetiches ideogramáticos. Estouram lustres e luminárias de pura vontade de ver a cor e a forma do caos. Mas o caos lhes escapa, sempre informe, sem limites precisos.

E os incendiários persistem em trocar confidências com suas máquinas, solitários até na gargalhada, famintos inclusive no glorioso momento do perdão. Bulimias interplanetárias, presumo.

Agora chispando e sapateando como símios amestrados, pouco podem rir sem força sobre-humana. Algo sempre escapa, desliza, vomitado de seus cérebros-almôndega, estranhos e estrangeiros.







Art by Cyberbirdy

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